Iniciou
no dia 30 de outubro, em Oiapoque, a Oficina de Análise de Projetos do CPPTA. O
Curso Pedagogia de Projetos Ambientais (CPPTA) é um conjunto de ações que vêm
sendo desenvolvidas no município em parceira entre os parques nacionais do Cabo
Orange e Montanhas do Tumucumaque, em conjunto com a Universidade Federal do
Amapá (UNIFAP), através do Laboratório de Botânica e Educação Ambiental
(LABOT).
Foto: Maksuel Martins |
O
CPPTA tem o objetivo de estimular os professores da rede pública a elaborarem
em suas escolas projetos que visem a melhoria das condições ambientais das
comunidades locais. Um das finalidades dessa iniciativa é ajudar a fortalecer a
escola enquanto um local de transformação de valores. Dessa forma a escola
passará a ocupar um papel chave na construção de um novo paradigma de
sociedade.
Na
ocasião da Oficina foram aplicadas metodologias participativas para facilitar
as contribuições dos participantes. Os professores-cursistas apresentaram seus
projetos e as contribuições foram tecidas de forma coletiva. A execução dos projetos será monitorada pela Coordenação
do CPPTA/Oiapoque. A apresentação pública dos resultados está prevista para o primeiro
semestre de 2012.
A
Coordenadora de Logística do CPPTA/Oiapoque, a Bióloga Renata Ferreira, faz a
observação dos sete meses de trabalho entre a Coordenação do CPPTA e os
professores-cursistas e afirma que esta etapa é um momento de reflexão. “Posso destacar diversas emoções que surgiram nesse processo, como: medo
dos professores em escrever os projetos de cunho ambiental e não ter apoio da
comunidade escolar; responsabilidade ao cumprir os prazos determinados pelo
Curso; amor em escrever o projeto em conjunto com os alunos; e determinação na
tarefa de sensibilizar a comunidade sobre a importância de se trabalhar a
Educação Ambiental”.
A oficina também
contou com a Coordenação do Analista Ambiental Ivan Vasconcelos do Parque
Nacional do Cabo Orange e com a participação do Professor da Universidade
Federal do Amapá e Coordenador do Curso de Geografia, Alexandro Camargo.
“A
Oficina de Devolutas de Projetos foi pensada para os professores-cursistas
apresentarem os projetos elaborados para os instrutores e para os outros
colegas. Desde a etapa de capacitação eles não se encontravam, não se reunião
como uma turma, apesar de vários encontros pessoais entre eles acontecem no
dia-a-dia. Foi um momento para voltarem a se sentirem como grupo, saberem o que
cada um está fazendo e participarem dos projetos um dos outros” ressalta Ivan
Vasconcelos.
Ivan também destaca a importância trabalho
realizado em Oiapoque. “Além dos
instrutores, os professores opinaram, perguntaram, deram sugestão para o
trabalho dos outros. Isso fortalece o sentimento de que eles são capazes e
protagonistas dos próprios projetos. E se criou um momento de troca, onde os
desvio, atalhos e dificuldades no caminho podiam ser compartilhadas e
transformadas em aprendizado, não só individual, mas coletivo”, afirma o
Analista Ambiental.
Foto: Maksuel Martins |
As
políticas conservacionistas não fazem sentido para muitos grupos sociais porque
as estratégias adotadas para aproximar as comunidades dessas diretrizes muitas
vezes desconsideram a forma como essas percebem o mundo. Antes dos serviços
ambientais serem debatidos é necessário criar os necessários laços de
afetividade entre a comunidade e a natureza. É por isso que os projetos têm
como foco as comunidades onde as escolas estão inseridas.
Isso
se dá para que ocorra um avanço gradual de escalas. A partir do momento que as
pessoas refletem sobre seu padrão de consumo e percebem que unidas podem agir
para melhorar suas condições de vida, é possível avançar em direção à
compreensão da importância das unidades de conservação. “É uma estratégia para
deixar esse debate mais palpável para certos grupos sociais, como é o caso do
Amapá”, finaliza o Coordenador de Educação Ambiental do Parque Nacional
Montanhas do Tumucumaque, o Analista Ambiental Paulo Russo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário