terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Operação combate caça ilegal no Paque Tumucumaque e Flona do Amapá


Como parte do Programa de Proteção do PNMT e da FLONA, o ICMBio e o Batalhão Ambiental realizaram na segunda quinzena de janeiro operação de fiscalização no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Floresta Nacional do Amapá. Foram encontrados três caçadores nestas unidades de conservação, um próximo ao rio Feliz e dois próximos ao rio Falsino.

Os caçadores portavam armas longas sem registro, inclusive de características cujo porte não é permitido, e por isto foram conduzidos pelo Batalhão Ambiental para as delegacias de polícia civil de Pedra Branca do Amapari e Ferreira Gomes. Foram apreendidas 4 espingardas, munição, um badoque (arma artesanal utilizada em armadilhas), duas pacas (Agouti paca) e um veado-mateiro (Mazama americana). Verificou-se a presença de quantidade expressiva de penas de mutum e restos de outros animais na área do rio Falsino, indicando que a caça no local é recorrente. 

A caça é uma atividade proibida nestas áreas por ameaçar a integridade da vida silvestre local, que é protegida pelas Unidades de Conservação. A Flona do Amapá e a porção sudoeste do ParNa Tumucumaque sofrem grande pressão pelo acesso à caça, que em geral não tem objetivos de subsistência, mas costuma ser explorada para comercialização, o que representa um impacto na fauna local. A não recomposição da fauna impactada pode representar a diminuição ou até mesmo a extinção de espécies da fauna endêmica, a longo prazo. É com esta preocupação e com este cuidado de conservação da riqueza ambiental, que também representa a riqueza cultural desta região, que são realizados esforços de proteção da biodiversidade nestas áreas protegidas. 

Na região onde ocorreu a operação, bacia hidrográfica do rio Araguari, não existem moradores dentro do parque, sendo que a comunidade mais próxima está localizada a 15 km do seu limite, no assentamento agrícola Perimetral Norte. Na Flona do Amapá há três famílias morando em seu interior, que possuem boa convivência com os objetivos de conservação que o ICMBio tem a missão de cumprir.

Os caçadores que agem na região se deslocam de suas moradias, muitas vezes localizadas em comunidades ou cidades distantes a mais de 50km, para estas UCs. Há evidências de que a carne de caça é comercializada para uma clientela urbana que geralmente encomenda e arca com os custos logísticos das caçadas.

Área da Operação - Bacia do rio Araguari



Animais apreendidos durante operação no PNMT e FLONA. Foto: Érico Kauano

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