Shahla Lotfi é mãe, empresária e voluntária. Nasceu
em 24 de dezembro de 1955, na véspera de Natal, no norte do Iran. Cresceu numa
comunidade agrícola, sua família criava carneiros e vivia de produção rural. Na
adolescência, após fazer um curso técnico, resolveu fazer ser voluntária na
Índia trabalhando com a Comunidade Bahá’i. Devido a problemas políticos em que
o seu país passava, seus pais decidiram manter Shahla longe por um tempo, com
isso ela acaba ganhando o mundo morando em vários países e tendo várias
experiências.
Professora Shahla Lotfi durante a 17ª Reunião do CPMT. Fotos Alessandra Lameira |
Quando chegou ao Brasil, morou dentro de um barco
por 8 anos no Amazonas, desenvolvendo o Projeto Luz-Verde, que abordava educação
espiritual, moral e social, sempre com o conteúdo de sustentabilidade. Sempre
foi encantada pelo norte do Brasil.
Shahla veio morar no Amapá em 1991. Contratada pela
antiga Icomi começou a dar aulas de inglês em Serra do Navio. Apaixonada pela
localidade adquiriu uma chácara em Pedra Branca do Amapari. Casou com um
brasileiro. É mãe de Sara (15 anos) e Sophia (11 anos). Lotfi também possui uma
franquia da escola de idiomas Skill, localizada em Macapá.
Chácara da Shahla em Pedra Branca do Amapari. Fotos: Alessandra Lameira |
Através da Comunidade Bahá’í, Shahla desenvolve projetos
sociais nas comunidades carentes em vários locais do estado. Entre eles estão o
Curiaú e a Escola Estadual Dom Pedro.
Após um tempo, divorciada, comprou a parte da
chácara do ex-marido. E num sonho antigo, com o intuito de preservar e
conservar o local, resolver transformar a propriedade em uma Reserva Particular
do Patrimônio Natural (RPPN).
Belezas naturais da Chácara de Shahla. Fotos: Alessandra Lameira |
A vontade de proteger a natureza é o ponto de
partida para que chácara de Shahla seja destinada a proteção integral. O
objetivo é transforma aquela área em um ponto de turismo ecológico e o
desenvolvimento de atividades de educação ambiental e pesquisa cientifica, não
comprometendo o equilíbrio ecológico das espécies ali existente. Juntando o sonho e a vontade de proteger a
chácara de Shahla, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque realizou nos dias
26, 27 e 28 de julho a 17ª Reunião do Conselho Consultivo do PNMT. Os
conselheiros ficaram hospedados e fizeram uma visita técnica à propriedade. E
pensando no futuro, os Analistas Ambientais do PNMT irão prestar apoio para Shahla, viabilizando o reconhecimento de parte da área da Chácara como uma RPPN.
Professora Shahla no ambiente de trabalho, na Skill. Fotos: Alessandra Lameira |
O que é uma
RPPN? É o nome dado a uma propriedade
particular que, devido à sua biodiversidade ou aspecto paisagístico, é
declarada “área de conservação da natureza”, gravada com perpetuidade pelo
Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis através do SNUC.
Comunidade
Bahá’i. É
uma religião mundial, independente, com suas próprias leis e escrituras
sagradas, surgida na antiga Pérsia, atual Irã em 1844. A Fé Bahá’í foi fundada
por Bahá’u’lláh, título de Mirzá Husayn Ali (1817-1892) e não possui dogmas,
rituais, clero ou sacerdócio.
Com aproximadamente 7 milhões de adeptos, é a
segunda religião mais difundida no mundo, superada apenas pelo Cristianismo,
conforme afirma a Enciclopédia Britânica. Os bahá’ís residem em 178 países do
mundo, em praticamente todos os territórios e ilhas do globo.
No Brasil desde fevereiro de 1921, com a vinda da
Sra. Leonora Holsapple Armstrong. A Sra. Armstrong faleceu na Bahia, em 1980 e
desde aquele ano, Assembléias Legislativas Estaduais e Câmaras Municipais de
Vereadores de diversas capitais e cidades brasileiras a têm homenageado
concedendo seu nome a praças e logradouros públicos, dentre estas, citamos Manaus,
Vitória, Natal, Rolândia, Londrina, Juiz de Fora. Hoje os bahá’ís formam um
contingente de aproximadamente 57.000 pessoas, das mais diversas classes
sociais, culturais e econômicas, residentes em aproximadamente 1.215 cidades e
municípios brasileiros, em todas as regiões.
A Comunidade Bahá’í é reconhecida no Brasil por
estabelecer projetos de desenvolvimento econômico e social em diversas regiões
do país.
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