Valdeci da Silva, piloto e guia de campo do Tumucumaque Foto: Aline Paiva |
“Aprendi a amar o
meu trabalho. Recebi uma transformação no sentido de amar a natureza”, disse
Valdeci da Silva, 46 anos, que presta serviços há mais de 10 anos para o Parque
Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT).
Aos 19 anos o
paraense mudou-se para Serra do Navio, localizada no centro do estado, a 203
quilômetros de Macapá. Dois anos antes da criação do município, em 1992. “Eu
vivo aqui há tantos anos. Praticamente já me considero filho daqui da região”,
afirma.
Valdeci é um dos guias mais queridos do Parque Foto: Aline Paiva |
Valdeci
é Guia de Campo e Piloto de Embarcação do Tumucumaque. Ele conta que também vem
ensinando jovens que trabalham no projeto de Monitoramento da Biodiversidade a
conhecerem melhor o Rio Amapari, uma das principais vias de acesso ao Parque.
“Eu piloto de dia
e até de noite. Também tenho ajudado a formar novos pilotos
para esta região. Faço um treinamento. Mostro como se deve lidar com os motores
e como respeitar a natureza. Ensino que não se deve arriscar, principalmente quando
há visitantes ou pessoas que não são acostumadas com embarcação”, explica.
Desde 2012 o
Tumucumaque tem recebido visitantes em seu Centro Rústico de Vivência, na
confluência dos rios Amapari e São Felício (Rio Feliz). Valdeci e outras
pessoas da região atuam também no atendimento a este público, como guias pelas
trilhas do Parque e condutores pelos rios.
Guarda Parque
Valdeci é um
dos 493 Guarda-Parques formados no estado, dos quais 180 são amapaenses. O
curso é desenvolvido pela Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) com apoio do
Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Associação de Guarda-Parques
do Amapá (AGPA) e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
“Primeiramente um
Guarda-Parque tem que amar suas tarefas. Ele tem que defender a natureza, como
se fosse alguém da sua família”, conta.
Foto: Aline Paiva |
De acordo com
Nayara Araújo, consultora do PNMT, os cursos iniciaram em 2005, com a formação
de indígenas. Em 2006 a capacitação incluiu também não indígenas.
Atualmente o maior
desafio destes profissionais é a regulamentação desta profissão, o que
permitirá que eles possam ser contratados para exercer suas funções nas
Unidades de Conservação do Amapá.
Conforme Richard
Pinheiro, presidente da AGPA, a associação ainda não se manifestou a respeito
da regulamentação da profissão no estado devido estarem passando por um
processo organizacional.
“A associação
ainda não se manifestou sobre a regulamentação. Existem alguns pontos na
lei que nós não concordamos. Porém, ainda não nos manifestamos porque estamos
em uma fase organizacional. Tudo gera despesa e ainda não arrecadamos o
pagamento mensal dos associados”, explica.
A próxima
capacitação está prevista para acontecer de 10 a 30 de agosto de 2017, incluindo
a parte teórica e prática. As inscrições deverão ser feitas no período de 24 de
julho a 1 de agosto. São 25 vagas destinadas a pessoas que moram ou atuam em
Unidades de Conservação, e entorno, do Amapá.
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