Claudia Funi é especialista em geoprocessamento da SEMA/AP |
“Foi
meu primeiro contato com a floresta e superou minhas expectativas”, relatou a
especialista em geoprocessamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá
(SEMA/AP), Claudia Funi, sobre a participação no inventário biológico no Parque
Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT). A geógrafa era responsável pela
produção dos mapas antes e após as primeiras expedições de levantamento da
biodiversidade, que ocorreram entre 2004 e 2006.
“Considero
a biodiversidade o bem mais precioso que o Amapá possui. É algo que não podemos
replicar. Em todas as expedições encontramos espécies novas, áreas de endemismo
e grande diversidade”, afirma.
Claudia era responsável pela produção dos
mapas durante as expedições
|
A
geógrafa, que veio de São Paulo para o Amapá, especialmente para essas
expedições e acabou ficando no estado até hoje, fala que durante a coleta do
inventário teve momentos incríveis:
“Em
uma das expedições a quantidade de animais avistada era acima da média: veado,
tamanduá, anta, jaguatirica, preguiça, paca, nunca vi tantos animais. Os
macacos nos acompanhavam por quilômetros na trilha”, relata.
Claudia
lembra que além dos pesquisadores, mateiros também acompanhavam as expedições,
e com eles aprendeu ensinamentos sobre a mata.
“A biodiversidade é enorme em todos os aspectos. Através do contato com pesquisadores, mateiros e barqueiros, aprendi um pouco sobre a floresta, reconhecer algumas espécies, sons, sinais que animais deixam nas trilhas, nos igarapés há beleza e há perigo, o importante é respeitar”, ressalta.
Inventário Biológico
O
projeto foi promovido pela Conservação Internacional, através do Instituto de
Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), com o apoio do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto de
Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). O
inventário biológico desejava contribuir para a lista de espécies no corredor
da biodiversidade.
“Foram
realizadas dez expedições em áreas de floresta no PARNA Tumucumaque, FLONA
Amapá e RDS Iratapuru. Para termos um melhor resultado, nós procurávamos
ambientes diferentes em áreas de floresta. A escolha era feita usando
sensoriamento remoto: imagens LandSat principalmente”, explica.
Conforme
a geógrafa, as expedições eram de observação e coleta. Os biólogos eram
especialistas em mamíferos terrestres, mamíferos voadores (morcegos), aves,
crustáceos, peixes, répteis e anfíbios e botânicos.
“Quando
chegávamos no ponto de estudo, um acampamento básico era montado e
permanecíamos nele por cerca de 15,16 dias. Eram realizados 10 dias de estudos
sistemáticos, com esforço amostral repetido em todas as expedições. Demais dias
para montar a estrutura: abertura de trilhas, montagem das armadilhas”,
ressaltou.
Claudia Funi é especialista em geoprocessamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA/AP), mestra em Biodiversidade Tropical e responsável pelo Projeto Base Cartográfica do Amapá.
Claudia Funi é especialista em geoprocessamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA/AP), mestra em Biodiversidade Tropical e responsável pelo Projeto Base Cartográfica do Amapá.
Este
inventário biológico serviu como subsidio para a elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, que foi aprovado em 2010.
Ficou curioso para saber um pouco mais sobre o inventário biológico? Baixe a versão completa em PDF aqui!
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